7 de novembro de 2008

a faculdade do senhor damasco

O que separa a minha casa da faculdade são apenas 2 ruas. 2 ruas grandes (uma é avenida), mas apenas duas retas. Saindo do estacionamento universitário, pego a primeira rua, ando um tanto, dobro, ando mais um tanto e estou em casa. Mais ou menos assim:Existem outros caminhos, por onde faço mais curvas, e alguns deles são até mais rápidos. Opto por esses porque às vezes é cansativo ir sempre pelas mesmas ruas - gosto disso, várias ruas que chegam a um mesmo local.

Por exemplo, dias há em que resolvo fazer este trajeto:
E às vezes opto por este:
Existe ainda um outro caminho, "o caminho da curva perigosa":

Temos, então, 4 possibilidades, fora as outras que eu ainda não encontrei, que descobrirei com os anos. Às vezes, escolho o "caminho da curva perigosa", mas sei que não é um caminho para todos os dias. Passar pela "curva perigosa" (e pelas outras - observem que uma curva perigosa trás junto suas amigas) me dá alguma glória de chegar em casa, acho. Doutras vezes, pego algum dos outros caminhos (o que não é nem o das 2 ruas, nem o da "curva perigosa") e me deparo com um trânsito incontrolável; a todos parece ser o caminho ideal: algumas curvas, pouco risco. Sempre me pergunto: será que todas essas pessoas estão indo para a minha casa? A outra surpresa é o fato de caminho das 2 ruas não ter, às vezes, uma pessoa sequer. Por que será?

Um dia, quando estava no caminho habitual (o das 2 ruas), um carro à minha frente ligou o pisca-alerto direito, indicando que iria dobrar. Mas não dobrou. Fui obrigado a segui-lo por quarteirões. Quando já estava na altura da minha casa, o carro continuou em frente, com o pisca-alerta ligado. Queria o motorista me enganar? Que eu permanecesse à sua espreita por quadras até descobrir que utilizava os códigos para me confundir? Sobre isso pensei um pouco, mas não muito. Sei que não fiquei irritado - gosto de dirigir. Desse dia me lembro de três coisas: a primeira é que o sol estava alto e usei isso como desculpa para usar meus óculos importados. A segunda é que fiquei curioso sobre o rosto do motorista - usaria ele barba? Seria uma mulher? Um padre? Um professor? A terceira era a cor do carro, que - isso eu já sabia - será certamente a cor do próximo carro que eu terei - roxo.

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