22 de agosto de 2008

dos excessos

O problema não é ser excessivo, o problema é ser EXCESSIVO. Ou melhor, o ideal é ser apenas: Excessivo. Muitos críticos adoram usar o termo "retalhar os exageros", mas em muito o problema não é o exagero em si, mas o seu anúncio, muitas vezes em maiúsculas. Se for pra ser Vermelho, que se encubra. O bom vermelho nunca parece vermelho, mas, no máximo, vinho, ou um vermelho acinzentado. Mas sempre com vários argumentos palpáveis por trás pra dizer "Não, eu não sou um Vermelho, é tudo impressão sua", enquanto dá um tapinha de luvas e ri baixinho "Ham, ham, francamente...". Que quer dizer: a boa literatura é silenciosamente explosiva (explosiva é uma palavra feia ou bonita?). então, o **EXCESSO** está lá, tão convincentemente razoável que ninguém duvida. Mascara-se e então dzzz. Os críticos, teóricos, etc, só poderiam falar dessas máscaras (o que torna tão inapreensível, ainda bem, a definição do literário), enquanto o gênio dá palminhas em suas costas e, quando olhar pra trás, dzz.

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