19 de junho de 2009

o dia em que pensei em bette davis

Hoje vi uma moça chorando na universidade enquanto discutia com o namorado. Vou desenhar a cena para vocês: um sol a pino, poucos carros barulhentos passando, umas árvores refugiando aqueles que procuravam um pouco de sombra, a tenda de bombons, aquele grupo de garotas mal maquiadas e de sandália de plataforma de madeira, etc. E o casal discutindo, ele desconcertado, ela aos prantos.

Não sei bem porque pensei o que pensei ali, mas algo me disse que não existe nada no mundo mais mal educado que a fraqueza. E adoro falar mal de fracos. O fraco se assemelha ao cruel na medida em que são ambos insaciáveis. Mas mesmo o fraco vem ao cruel e consome todas suas forças. E nunca se contenta, e seu próprio status público de indefeso impede que seja chamado de cínico ou de mau caráter. (Muito embora o seja nem que um pouquinho - a bondade nos seus corações não é suficiente). They are everyone's concern and like vampires they suck our life's blood.

(À parte de tudo isso: o mundo está cheio de Blanches; porém, sem Blanche não há Baby Jane. O prazer de torturá-las vem com o seu pedido para serem torturadas. Entrelinhas do script.)

Se eu fosse bondoso como almejo, deveria ter chegado ao rapaz e dito que o choro de sua namorada não me convenceu, e se não convenceu a mim, tampouco deveria a ele. Mas ele não me daria ouvidos, vai saber.

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