28 de fevereiro de 2009

carries everywhere

Camille Paglia disse numa última entrevista à Veja, sobre a feminilidade americana de hoje, que "todas querem ser a Carrie de Sex and The City". O que é engraçado. Recentemente assisti a uma peça de teatro, um monólogo com um rapaz histérico gritando - também não sei como fui parar ali -, no meio dos "Eu vou queimar as suas cartas!", eu pensei "Deus, por que ele está tentando ser a Carrie de Sex and The City?". Lá pelas tantas, o rapaz tirou uma tinta de um balde e começou a pintar o corpo, dizendo "Eu vou te mostrar do que eu sou capaz!". Olhei bem o rosto do ator e logo soube: ele já havia passado por aquilo. E queria falar sobre como se tornou aquela caricatura. Hoje, se saio na rua, tenho medo de ser abordado por uma Carrie. Porque sei que ela pode me abordar, e dizer como é bem-sucedida. E como tem a cabeça tranqüila. E como fala francamente sobre seus relacionamentos (inclusive, desde quando tornou-se uma piada sequer usar a palavra "relacionamento"?). Que não tem papas na língua. E que a vida é aqui, e agora. Hoje, nem a locadoras de filme vou mais. Quando quero um, peço pelo telefone. Ou baixo na internet.

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