21 de dezembro de 2008

pero cómo lo hice ahora no me acuerdo

Dia desses, conversava com um amigo. Sobre algumas coisas, que não lembro exatamente. Sobre o que conversávamos escreverei em seguida, espero. Estávamos caminhando na calçada, e estava meio escuro. Chuto que depois da meia-noite. Que importa é que fomos interrompidos algumas vezes. Três, e irei direto ao ponto. Da primeira, uma senhora. Abordou-nos, pediu algumas esmolas e contou-nos algum ocorrido desagradável para nos convencer. Ficamos, eu e meu amigo, um pouco desconfortáveis e dobramos na rua seguinte. Antes, dei alguns trocados e desejei boa sorte. Ao retomar o assunto - falávamos sobre hieroglifos -, vimos uma moça gritando que havia sido assaltada, no meio da rua. Não nos abordou, mas dava um escândalo para si própria, o que era obviamente mais interessante que a nossa conversa sobre hieroglifos. A terceira e última interrupção foi de um casal de espanhóis (moro numa cidade turística, vocês sabem). Perguntaram-nos como se chega ao Dragão do Mar. Não sei se pela bebida, pela confusão da noite (as ruas daqui são todas retas, o que às vezes me confunde) ou se simplesmente estava bem-humorado, mas disse ao casal, em espanhol, que por supuesto que ya vi el hermoso dragón algunas veces, dos o tres, pero cómo lo hice ahora no me acuerdo. Ao ver que não me entenderam, descobri que não eram espanhóis. Italianos, talvez. Sei que serviram bem. Meu amigo sorriu. Disse que meu sotaque era bom.

1 comentários:

Caio M. Ribeiro disse...

Pô, parece ser um bom sotaque mesmo, pelo que se pode deduzir da escrita.

Tem mais de um Dragão do Mar no Brasil?