31 de maio de 2008

meu lado monica vitti

por que professores ainda passam trabalho em grupo? ou melhor: por que os professores da letras ainda passam trabalho em grupo? por um lado, poderia dizer que são preguiçosos que não querem avaliar aluno um por um; por outro, tudo bem, a maioria dos alunos dá no mesmo e é econômico corrigir logo quatro de uma vez. tipo, como se fosse um médico velhinho e rabugento, vendo que um enorme grupo sofre da mesma enfermidade e faz as consultas em grupo, já que vai passar enfim o mesmo medicamento. mas não.

acho que professores continuam passando esses trabalhos para nos alertar logo - fazendo-nos passar pela própria experiência - de que o importante mesmo não é comunicável e que essas discussões bobas que o grupo faz (ou que, num plano hipotético, deveria fazer) são tudo perda de tempo. quando eu estou sentado à mesa com um grupo e vejo o que eles estão discutindo, fico sempre esperando que venha um vento no meu cabelo e que meu olhar paire no horizonte.

- e você, luigi, qual sua posição sobre a questão da experiência em Hume?

30 de maio de 2008

um post sobre gastronomia

dentre as minhas afeições, uma delas é a Inglaterra. literatura inglesa, como todo mundo, o sotaque britânico e a kate moss. mas uma das melhores heranças da Inglaterra certamente é o molho inglês, que eu nem sei se é inglês, mas fica bom no tomate, em sanduíche, em tudo. fica aqui a dica.

29 de maio de 2008

o que dizer da contemporaneidade

numa discussão amigável com meus pais, alguém falou sobre o uso de retroprojetores em sala de aula. um instante depois, já falávamos sobre data show, power point e samba-raiz. eu disse logo, claro, que tudo isso é uma bobagem, e minha mãe disse que é, vamos com calma, podemos chamá-los de meros facilitadores de aprendizado. na mesma hora, me corrigi. é, são apenas facilitadores de aprendizado; ora, que mal há, se o aluno não entende a discussão, que o professor seja maleável e utilize o bendito retroprojetor? mesmo os alunos mais preguiçosos - não que seja a maioria, né - devem ter acesso às facilidades. fico muito contente com retroprojetores em geral.

na verdade, já consigo imaginar um data show numa disciplina de romantismo em literatura brasileira, com a Iracema sambando no power point na tela da tv no meio desse povo. um assunto chato como romantismo, ainda mais no brasil, tem mesmo que usar de todas as suas armas pra prender a atenção do aluno. esse, coitado, que culpa tem de ser assim tão... distraído? por mim, inclusive, a biblioteca devia parar de insistir em comprar os livros integrais, já que ninguém pega mesmo. no lugar deles, Para compreender O Mito da Caverna, adaptações e edições da Bravo. (E livros de dieta, toda biblioteca tem que ter livros de dieta, nutrição, saúde, tal.)

além do mais, os retroprojetores tem a incrível vantagem de jogar aquela luz na nossa cara, de modo que todos nos sentimos um pouco Kate Moss, um glamour ímpar, um charme que apenas retroprojetores tem a nos oferecer.

enquanto isso, Mariah Carey mostra que é boa de baseball, mesmo em cima do salto alto:

28 de maio de 2008

é preciso deixar claro logo (934923)

nós deste blog não gostamos de:

a) caso isabella.
b) meu Livro de Areia foi traduzido por uma moça que possui averbuck no sobrenome (não, não é quem vocês estão pensando). mesmo assim, nós deste blog não gostamos disso.
c) jaqueta jeans combinando com calça jeans.
d) olavetes.
e) o meu computador. ninguém gosta do meu computador, nem eu, nem ninguém deste blog.

27 de maio de 2008

reflexões enquanto procuro meu sombrero

não existe nada mais gentil que a discrição. todo artchista no fundo é mais ou menos discreto (caham, caham). bom-bem. essa divagação toda porque no wordpress (e é por isso que eu não abandono o blogspot), na janela de comentários, é posto da seguinte forma: "Seu email nunca será publicado ou compartilhado". Que o meu e-mail nunca seja publicado ou compartilhado já era para ser óbvio nas entrelinhas (mesmo sendo mesmo algo que eu não espero, o que vai me conduzir a sempre colocar emails falsos na janelinha dos comentários). Ora, se por um lado, é demasiado constrangedor confiar que o site jamais publicaria meu email sob hipótese alguma, é uma humilhação se render e colocar o email mesmo com esse nunca em itálico. Que o efeito absolutamente discreto jamais seja atingido (imaginem, vocês, formas de comunicar ao comentador sobre sua privacidade sem imediatamente remeter ao fato de que ele, em algum nível, vai sentir essa privacidade ameaçada - seja 5 segundos depois de ter clicado em "ok", seja depois de receber o primeiro spam de origem desconhecida), é um fato triste, porém todos encaramos isso de frente todos os dias. De todo modo, dá pra ser minimamente discreto, ou melhor, minimamente descarado; o que não funciona é informar ao leitor que Seu email nunca será publicado, com os malditos itálicos aí. Não existe nada mais escandaloso e desesperado que isso. Parece que o configurador está zombando da sua cara, testando sua perspicácia. Eu consigo imaginar o configurador do wordpress olhando pra mim, ensaiando segurar minha mão com força e dizendo que no matter what happens eu posso ficar tranqüilo de que meu email não vai ser divulgado, mesmo que ele perca madrugadas fixing bugs, perca o sono, e por aí vai. De todo modo, não dá pra acreditar. Pode até ser verdade que não divulguem meu email por aí, mas eu não acredito, não. *


* Pensei em formas avassaladoras de concluir o post, como "Eu só acredito no silêncio" ou "Nunca poderia ser verdade, pois a verdade não existe e tudo é uma grande maneira de convencer as pessoas de suas mentiras e blablabla" com o devagar afastamento de câmeras, olhar fingidamente desconcertado e rápido close na igualmente fingida impaciência dos dedos, etc, mas fazer isso acabaria mostrando, também fingidamente, que esse humor todo era só uma desculpa esfarrapada pro meu drama. Por outro lado, como comparar drama e discrição - essa última que é a rainha do post, assim como a Xuxa é a rainha dos baixinhos e a Gretchen a rainha do bumbum - sem fazer confusão? Mas, um minuto, por que faria?

26 de maio de 2008

goodnight, ladies

"Some strangle with the hands of Lust"
(Oscar Wilde: The Ballad of Reading Gaol)

"Je demande la tête d'Iokanaan."
(Oscar Wilde: Salomé)